segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Uma xícara de chá!

A tristeza e o choro são velhas companheiras que tenho, toda vez que aparecem, não gosto, são visitas indesejáveis, mas a minha índole de bom anfitrião, faz com que as receba, ofereça um lugar para sentar, sirva um chá, e ao som de uma música começamos a conversar.

São conversas duras, hora sou portador da razão, hora não.


Se ficarmos muito tempo sem nos ver, a conversa não termina com o chá, então prefiro recebe-las com frequência, pois tratamos de um assunto em cada visita, e quando o chá está no meio, elas se apressam a engolir o que sobrou e sair pois terminou o assunto.


As vezes não estou em casa, fui visitar algum amigo e quando lá chego, encontro tristeza e choro com ele, deveria ir embora, respeitar que ele está recebendo visitas e não fui convidado, mas dessa educação discordo, e vou me assentando e mantendo as xícaras de chá cheias para ninguém passar sede, e cuidando para que não se exaltem demais na conversa, apenas um juiz que ajuda a manter a ordem ao som de uma martelada suave, alguém que pode conversar sobre o que o amigo quiser ou sobre nada deixando o tempo passar...


Se puder deixar um conselho, receba suas visitas com frequência, elas vão te ajudar a sorrir no fim do dia, e amigos são sempre boas companhias nestes dias, e nos outros também! ;)

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

DILEMA DO RELÓGIO!


Na casa de meus pais, existe um belo relógio cuco, daqueles que uma ave mecânica anuncia as horas, de forma incansável, é belo, ornado, analógico e seu funcionamento se dá por um jogo de pesos, uma obra clássica na parede.

De uns tempos para cá, ele vem tendo alguns problemas, passando muito tempo parado, acho que a ave mecânica perdeu a voz, ou cansou de anunciar horas dia afora sem quem o ouvisse, afinal, por mais cheia que seja a casa, todos tem seus trabalhos estudos e quartos que distantes do solitário cuco ficam.

Me peguei olhando para ele num almoço desses em que estavam os irmãos e pais reunidos, conversas cruzadas, tiroteio de palavras para contar o que passou no dia, anseios, política e tudo que é possivel falar numa mesa de almoço, e de repente o assunto do cuco parado aparece, e não sei de onde veio mas foi atirada a mesa a frase que diz; mesmo um relógio parado está certo duas vezes ao dia.
Como nerd chaaaattttooooo (como diria meu amigo Cícero), já fui lembrando que os relógios digitais quando param, se apagam, ou seja, não estarão certos em momento algum, e me pús ao devaneio, algo que me é constante.

Bem, se o cuco parado está certo duas vezes ao dia, ele é mais preciso, duas vezes ao dia, que o relógio adiantado ou atrasado, como a precisão de horário de relógios atômicos não é algo comum em nossos dispositivos de ver horas, deduzo que nenhum dos meus relógios esteja preciso, sempre pouco atrasado, pouco adiantado, ou muito tanto faz... Já o cuco preguiçoso, cansado, está 100% preciso em duas frações do dia...

Avançando no devaneio, me peguei pensando em algumas vontades de perfeição que hora tenho, e cheguei a começar a invejar o cuco parado, pois ele duas vezes ao dia é perfeito, eu nunca fui, nunca serei por mais que eu busque, foi ai que me veio a lição, o meu amigo cuco é perfeito duas vezes ao dia, mas não constrói nada novo, nenhum segundo novo, nenhum momento brilhante, e então perdi a inveja do cuco e me conformei com o meu ser hora atrasado hora adiantado, mas não parado, tentar, correr o risco de dar certo, acertar do lado um dia inteiro é mais útil, avança mais do que acertar em cheio duas vezes no dia...

Então, que relógio você quer ser?